Por Pamela Gomes
A alta do dólar a R$ 5,79 reflete tanto os fatores internos quanto externos que impactam a moeda. Externamente, as políticas do Federal Reserve (Fed) americano têm exercido forte influência. O Fed vem aumentando as taxas de juros para controlar a inflação, tornando os ativos americanos mais atrativos. Esse movimento gera uma “fuga de capitais,” onde investidores retiram recursos de mercados emergentes, como o Brasil, em busca de rendimentos mais seguros e elevados nos EUA
No Brasil, a incerteza sobre a política fiscal é outro fator de pressão. Embora o governo brasileiro tenha anunciado intenções de reduzir gastos, há dúvidas sobre a real implementação e efetividade dessas medidas. A hesitação em apresentar um pacote fiscal concreto acaba por deixar o mercado apreensivo, o que leva investidores a buscar ativos em dólar como proteção, resultando na valorização da moeda
Além disso, essa alta impacta diretamente o comércio exterior e o custo de produtos e insumos importados. Para exportadores brasileiros, especialmente dos setores agrícola e de commodities, o dólar alto é positivo, pois as receitas em reais aumentam. No entanto, para importadores, como os setores de tecnologia, maquinário e combustíveis, o custo se eleva, e esses aumentos são muitas vezes repassados ao consumidor, elevando a inflação. Combustíveis, por exemplo, tendem a ter preços mais altos, o que impacta toda a cadeia de consumo, desde transporte até o preço de produtos finais
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