Por Pamela Gomes
O dólar tem se mantido pressionado, superando a barreira dos R$ 6 em momentos recentes, impulsionado por fatores internos e externos. No cenário doméstico, a principal preocupação dos investidores é o risco fiscal do Brasil, dado o aumento da dívida pública e a falta de clareza sobre as medidas de contenção de gastos do governo. Sem um ajuste fiscal crível, o câmbio continua suscetível à volatilidade, com analistas projetando a possibilidade de a moeda americana chegar a R$ 6 até o final de 2024, caso as incertezas fiscais persistam
Externamente, as perspectivas de uma política monetária mais agressiva nos Estados Unidos, com juros mais elevados, têm pressionado o real. Além disso, questões políticas, como a incerteza nas eleições presidenciais dos EUA, também podem impactar o fluxo de capitais para o Brasil, intensificando a pressão sobre a moeda
Embora a maioria das previsões aponte para um dólar na faixa de R$ 5,40 a R$ 5,60 no final de 2024, não se pode descartar uma nova alta caso o cenário fiscal não melhore. Por isso, a moeda americana pode continuar flutuando próxima aos R$ 6, dependendo das movimentações políticas e econômicas no Brasil
O dólar tem oscilado em torno de máximas históricas, refletindo a combinação de fatores internos, como a incerteza fiscal do Brasil, e externos, relacionados à economia global e à política monetária dos EUA. Vamos explorar os fatores em mais detalhes:
1. Risco Fiscal no Brasil
O aumento das despesas públicas e a ausência de medidas concretas para conter o déficit fiscal criaram um ambiente de desconfiança entre os investidores. Este risco fiscal eleva o prêmio exigido para investir no país, pressionando o real. A perspectiva de novas isenções de impostos e aumento da dívida pública, sem contrapartidas claras, contribui para o cenário negativo
2. Política Monetária Global
A política monetária nos Estados Unidos exerce grande influência sobre o câmbio. A possibilidade de taxas de juros mais altas por lá atrai investidores para ativos americanos, reduzindo o fluxo de capital para mercados emergentes, como o Brasil. Apesar de quedas recentes nos juros dos EUA, o impacto na valorização do dólar permanece devido à maior aversão ao risco global
3. Fatores Técnicos
No curto prazo, análises técnicas apontam que o dólar futuro encontrou suporte em níveis altos, próximos a R$ 5,90, e resistência significativa na casa dos R$ 6. Caso esses níveis sejam rompidos, a moeda pode atingir novos patamares acima de R$ 6,20, segundo especialistas do mercado financeiro
4. Perspectivas
Embora a mediana das projeções no Boletim Focus esteja em R$ 5,40 para o final de 2024, os riscos fiscais internos podem levar a moeda a atingir patamares mais altos. A depender da resposta do governo brasileiro para ajustar as contas públicas e do cenário político nos EUA, o dólar pode continuar subindo ou encontrar algum alívio
O dólar deve permanecer volátil nos próximos meses, com cenários que variam de estabilidade em torno de R$ 5,40 a altas acima de R$ 6,00. Para investidores ou consumidores que dependem da moeda, estratégias como compras fracionadas podem ajudar a minimizar riscos em meio à incerteza atual.
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