Por Pamela Gomes
A alta do dólar no Brasil é resultado de uma combinação de fatores internos e externos. Em primeiro lugar, há uma forte preocupação com a situação fiscal do país, já que o governo enfrenta dificuldades em cumprir suas metas de controle de gastos e reduzir o endividamento.
Esse cenário tem levado investidores estrangeiros a retirar recursos do Brasil, pois eles percebem um aumento no risco fiscal e demandam taxas de juros mais altas para compensar essa percepção de instabilidade. Entre janeiro e setembro de 2024, cerca de US$ 52,4 bilhões deixaram o país, um dos maiores fluxos de saída já registrados.
Externamente, o contexto econômico nos Estados Unidos também influencia o câmbio. Embora o Federal Reserve tenha reduzido as taxas de juros, o dólar continua valorizado globalmente devido à solidez da economia americana, que atrai investimentos e faz com que o real perca força frente à moeda americana
Além disso, incertezas políticas, como as eleições nos EUA, acrescentam volatilidade ao mercado, o que reforça a valorização do dólar diante de moedas emergentes.
Por fim, o governo brasileiro tem tentado sinalizar medidas de contenção fiscal, mas ainda enfrenta desafios para ganhar a confiança do mercado. Essas pressões combinadas mantêm o dólar em alta e aumentam a volatilidade cambial no Brasil.
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