Por Pamela Gomes
O dólar subiu 1,5%, alcançando R$ 5,87, tornando-se o segundo maior valor nominal da história, ficando atrás apenas da cotação de maio de 2020 durante a pandemia de COVID-19. Essa alta foi impulsionada por fatores como o cenário fiscal brasileiro e as políticas econômicas nos Estados Unidos. A expectativa de manutenção de juros elevados pelo Federal Reserve, com perspectiva de cortes de juros mais tardios e limitados, aumentou a atratividade dos títulos americanos, fortalecendo o dólar. Além disso, a saída de capital estrangeiro da Bolsa brasileira contribuiu para a pressão sobre o câmbio.
A alta do dólar tem diversos impactos na economia brasileira:
- Inflação Importada: Com a valorização do dólar, produtos importados e insumos em dólar ficam mais caros. Isso afeta diretamente setores que dependem de importações, como combustíveis, alimentos e eletrônicos, pressionando a inflação no Brasil
- Custo de Vida: A inflação mais alta devido ao dólar encarece o custo de vida, aumentando o preço de bens e serviços, o que afeta especialmente os consumidores de menor renda.
- Dívidas e Empresas: Empresas que possuem dívidas ou contratos em dólar veem seus custos aumentarem, o que pode comprometer margens de lucro e investimentos. Além disso, setores que dependem de matérias-primas importadas enfrentam alta nos custos de produção
- Turismo e Viagens: O turismo internacional se torna mais caro para os brasileiros, desestimulando viagens para o exterior e impactando o setor de turismo.
- Exportações: Por outro lado, a alta do dólar pode beneficiar as exportações, já que produtos brasileiros ficam mais baratos e competitivos no mercado internacional, gerando mais receita em dólares para exportadores.
Esses fatores criam um cenário de pressão para o Banco Central do Brasil na gestão da política monetária, podendo afetar as decisões sobre a taxa Selic e o controle da inflação
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